noite de Natal, sozinho,
num quarto de motel
junto à costa
perto do Pacífico -
ouviu?
eles tentaram fazer desse lugar algo
espanhol, há
tapeçarias e lâmpadas, e
o banheiro é limpo, há
minibarras de sabonete
rosa.
não nos encontrarão por
aqui:
as piranhas ou as damas ou
os adoradores
de ídolos.
lá na cidade
eles estão bêbados e em pânico
furando sinais vermelhos
arrebentando suas cabeças
em homenagem ao aniversário de
Cristo. isso é uma beleza.
em breve terei terminado esta garrafa de
rum porto-riquenho.
pela manhã vomitarei e tomarei
banho, voltarei para
casa, comerei um sanduíche à uma da tarde,
estarei no meu quarto por volta das
duas,
estirado na cama,
esperando o telefone tocar,
sem responder,
meu feriado é uma
evasão, minha razão
não é.
uma abelha
suponho que como qualquer garoto
tive um melhor amigo na vizinhança.
o nome dele era Eugene e era muito maior
do que eu e um ano mais velho.
Eugene costumava me encher de porrada.
estávamos sempre brigando.
eu tentava vencê-lo mas sempre sem muito
sucesso.
uma vez pulamos juntos de cima do telhado da garagem
para provar que éramos valentes.
torci meu tornozelo e ele saiu ileso
como manteiga recém-tirada do papel.
acho que a única coisa boa que ele fez por mim
foi quando uma abelha me picou o pé descalço
e assim que me sentei para tirar o ferrão
ele disse,
"vou pegar a filha-da-puta!"
e foi o que ele fez
com uma raquete de tênis
mais um martelo de borracha.
estava tudo bem
dizem que de qualquer modo
elas morrem.
meu pé inchou de dobrou de tamanho
e eu fiquei de cama
rezando para morrer
e Eugene seguiu em frente e se tornou um
almirante ou comandante
de alguma coisa de vulto na Marinha dos Estados Unidos
e conseguiu passar por uma ou duas guerras
sem se ferir.
imagino-o envelhecido agora
numa cadeira de balanço
com seus dentes postiços
bebendo seu leitinho...
enquanto eu bêbado
masturbo esta tiete de 19 anos
que divide a cama comigo.
mas o pior é que
(assim como naquele salto do telhado da garagem)
Eugene segue vencendo
porque ele nem sequer está pensando
em mim.
tive um melhor amigo na vizinhança.
o nome dele era Eugene e era muito maior
do que eu e um ano mais velho.
Eugene costumava me encher de porrada.
estávamos sempre brigando.
eu tentava vencê-lo mas sempre sem muito
sucesso.
uma vez pulamos juntos de cima do telhado da garagem
para provar que éramos valentes.
torci meu tornozelo e ele saiu ileso
como manteiga recém-tirada do papel.
acho que a única coisa boa que ele fez por mim
foi quando uma abelha me picou o pé descalço
e assim que me sentei para tirar o ferrão
ele disse,
"vou pegar a filha-da-puta!"
e foi o que ele fez
com uma raquete de tênis
mais um martelo de borracha.
estava tudo bem
dizem que de qualquer modo
elas morrem.
meu pé inchou de dobrou de tamanho
e eu fiquei de cama
rezando para morrer
e Eugene seguiu em frente e se tornou um
almirante ou comandante
de alguma coisa de vulto na Marinha dos Estados Unidos
e conseguiu passar por uma ou duas guerras
sem se ferir.
imagino-o envelhecido agora
numa cadeira de balanço
com seus dentes postiços
bebendo seu leitinho...
enquanto eu bêbado
masturbo esta tiete de 19 anos
que divide a cama comigo.
mas o pior é que
(assim como naquele salto do telhado da garagem)
Eugene segue vencendo
porque ele nem sequer está pensando
em mim.
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